Tabagismo: O Impacto do Cigarro Convencional e Eletrônico na Saúde e os Caminhos para Parar de Fumar
Os efeitos do tabagismo vão além do vício, afetando o corpo de maneira profunda. Compreenda como a nicotina leva à dependência, os riscos à saúde associados ao cigarro tradicional e eletrônico, e as melhores formas de tratamento para abandonar o vício e alcançar uma vida mais saudável.
10/17/20245 min read


O tabagismo continua sendo uma das principais causas de doenças evitáveis e mortes em todo o mundo. Embora o número de fumantes tenha diminuído nas últimas décadas, o surgimento dos cigarros eletrônicos trouxe novos desafios e preocupações.
Este artigo aborda o impacto do cigarro convencional e eletrônico, o mecanismo de ação da nicotina no corpo e sua relação com a dependência, além de explorar os efeitos colaterais, as doenças relacionadas ao fumo e os tratamentos disponíveis para parar de fumar.
O Tabagismo e o Mecanismo de Ação da Nicotina
A nicotina é o principal componente psicoativo presente tanto no cigarro convencional quanto no eletrônico. Ela atua no cérebro ao se ligar aos receptores nicotínicos de acetilcolina, estimulando a liberação de neurotransmissores como dopamina, serotonina e norepinefrina, que estão associados ao prazer, ao relaxamento e à melhora do humor. Essa ativação cria uma sensação de recompensa e bem-estar, reforçando o hábito de fumar.
No entanto, a exposição repetida à nicotina leva a uma adaptação dos receptores, fazendo com que o corpo exija doses maiores para obter os mesmos efeitos, um processo conhecido como tolerância. A dependência se desenvolve quando o sistema nervoso se adapta à presença contínua da nicotina, resultando em sintomas de abstinência quando o consumo é interrompido. Esses sintomas incluem ansiedade, irritabilidade, dificuldades de concentração e desejos intensos por nicotina.
Cigarro Convencional vs. Cigarro Eletrônico: Semelhanças e Diferenças
Cigarro Convencional
O cigarro convencional é composto por tabaco, que ao ser queimado libera mais de 7.000 substâncias químicas, das quais pelo menos 70 são comprovadamente cancerígenas. Os principais componentes nocivos incluem alcatrão, monóxido de carbono e metais pesados. A combustão do tabaco gera toxinas que afetam diretamente o sistema respiratório e cardiovascular, contribuindo para uma série de doenças graves.
Cigarro Eletrônico
O cigarro eletrônico, também conhecido como vape, surgiu como uma alternativa para reduzir os danos do tabagismo. Ele funciona através do aquecimento de um líquido, geralmente composto por nicotina, propilenoglicol, glicerina vegetal e aromatizantes, formando um vapor que é inalado pelo usuário. Embora não haja combustão, e o número de substâncias tóxicas seja menor em comparação ao cigarro convencional, o uso do cigarro eletrônico não é isento de riscos. Estudos indicam que o vapor também contém compostos prejudiciais, como formaldeído e acroleína, que podem causar danos aos pulmões e ao sistema cardiovascular.


Efeitos Colaterais e Doenças Correlacionadas ao Tabagismo
O uso prolongado do cigarro, seja ele convencional ou eletrônico, está associado a uma série de efeitos adversos e doenças, que afetam diversos sistemas do corpo.
1. Doenças Respiratórias
• Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): A exposição contínua às toxinas do cigarro leva à inflamação e destruição dos alvéolos pulmonares, resultando em enfisema e bronquite crônica. Esses quadros reduzem a capacidade pulmonar e causam falta de ar progressiva.
• Câncer de Pulmão: O fumo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, sendo responsável por cerca de 85% dos casos. Substâncias cancerígenas presentes no tabaco danificam o DNA das células pulmonares, promovendo o desenvolvimento de tumores malignos.
2. Doenças Cardiovasculares
O tabagismo aumenta o risco de doenças cardíacas e derrame. A nicotina provoca a vasoconstrição (estreitamento dos vasos sanguíneos), aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca, enquanto outras substâncias do cigarro contribuem para a formação de placas de gordura nas artérias, levando à aterosclerose. Isso aumenta significativamente o risco de infarto do miocárdio e outros problemas cardíacos.
3. Cânceres de Outros Órgãos
Além do pulmão, o tabagismo está associado a diversos tipos de câncer, como câncer de boca, garganta, esôfago, pâncreas, rim e bexiga. A inalação de substâncias tóxicas do cigarro afeta diretamente os tecidos expostos, aumentando a probabilidade de mutações celulares malignas.
4. Efeitos do Cigarro Eletrônico na Saúde
Embora os cigarros eletrônicos sejam frequentemente promovidos como uma alternativa mais segura, eles não são isentos de riscos. O uso prolongado está relacionado a doenças pulmonares, como a lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico (EVALI), e possíveis efeitos cardiovasculares, devido à presença de nicotina e outras substâncias nocivas no vapor.


Tratamento para Parar de Fumar
Parar de fumar é um desafio, devido à forte dependência que a nicotina provoca. Felizmente, existem diversas estratégias para auxiliar os fumantes a superar o vício, com tratamentos que combinam intervenções farmacológicas e comportamentais.
1. Terapia de Reposição de Nicotina (TRN)
A TRN utiliza produtos como adesivos, gomas e sprays nasais que fornecem doses controladas de nicotina, ajudando a reduzir os sintomas de abstinência e os desejos. A dose é gradualmente diminuída ao longo do tempo, permitindo que o corpo se adapte à redução da nicotina de forma menos abrupta.
2. Medicamentos
Existem medicamentos que podem ser usados para auxiliar na cessação do tabagismo, como a bupropiona e a vareniclina. A bupropiona atua aumentando os níveis de dopamina e norepinefrina no cérebro, enquanto a vareniclina se liga aos receptores nicotínicos, reduzindo os efeitos agradáveis da nicotina e diminuindo os desejos.
3. Terapia Comportamental
A terapia comportamental ajuda os fumantes a identificarem os gatilhos que levam ao consumo de cigarro e a desenvolverem estratégias para lidar com a vontade de fumar. As sessões podem ser individuais ou em grupo e frequentemente são combinadas com outros tratamentos para aumentar as chances de sucesso.
4. Uso de Cigarros Eletrônicos como Ferramenta de Transição
Embora não sejam aprovados universalmente como uma ferramenta para parar de fumar, alguns fumantes têm usado os cigarros eletrônicos como um meio de reduzir gradualmente o consumo de nicotina, antes de cessar completamente o uso. No entanto, essa abordagem deve ser acompanhada de perto por um profissional de saúde, pois há o risco de substituir um vício por outro.
Prognóstico de um Ex-Fumante
Os benefícios para a saúde ao parar de fumar começam a ser sentidos em poucas horas. Vinte minutos após o último cigarro, a pressão arterial e a frequência cardíaca começam a voltar ao normal. Em 48 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue caem, melhorando a oxigenação dos tecidos. Com o passar do tempo, os riscos de doenças cardíacas, pulmonares e câncer diminuem significativamente. Após 10 a 15 anos de abstinência, o risco de desenvolver doenças graves pode se equiparar ao de uma pessoa que nunca fumou.
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